CDU de Coimbra quer refeições escolares à moda antiga

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 01-02-2018

A CDU de Coimbra criticou hoje o modelo de alimentação escolar centralizado em empresas que servem milhares de refeições e defendeu um modelo em que o próprio Estado é responsável pela confeção dos alimentos.

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“Não podemos continuar a ter um modelo de alimentação escolar centralizada, às vezes a muitos quilómetros de distância de onde são servidas as refeições, com base em preços muito baixos, com uma qualidade que não é aquela que desejamos para os nossos filhos”, disse Francisco Queirós.

A comitiva da CDU cumpriu hoje um programa de visitas e contactos sobre as questões das refeições escolares em Coimbra, tendo-se deslocado a Taveiro, ao local de confeção das mais de 4.200 refeições escolares que são servidas nas escolas do primeiro ciclo do concelho, e à Escola Básica de Brasfemes.

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Segundo Francisco Queirós, era importante regressar ao modelo antigo, com as devidas atualizações, em que os próprios estabelecimentos de ensino confecionam as refeições e podem recorrer à economia local para se abastecer de produtos alimentares, abandonando o atual modelo de alimentação massificada.

“De certeza que ganhávamos na qualidade alimentar, pois estamos a falar de servir refeições a crianças e de educar para uma alimentação saudável e fazemos precisamente, em larga escala, o contrário”, enfatizou.

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A CDU de Coimbra, segundo Francisco Queirós, está plenamente de acordo com a proposta do PCP de, gradualmente, o Estado “criar os meios para reverter esta situação de centenas de cantinas escolares entregues a três ou quatro grandes consórcios, que são “os únicos que conseguem ter economia de escala e baixos salários”.

Paulo Coelho, do Partido Ecologista os Verdes de Coimbra, lembrou que existe uma deliberação aprovada na Assembleia Municipal de 2009 que recomenda ao município a introdução de produtos da economia local nas ementas escolares e nos refeitórios e que nunca foi cumprida “pelas sistemáticas Câmaras”.

“Isto é bom, porque estamos a trabalhar com circuitos curtos, os produtos são rapidamente colhidos e colocados nas cantinas e servidos às crianças e, portanto, aquilo que elas muitas vezes se queixam de que a comida não sabe a nada não é cativante”, disse.

Para Paulo Coelho, o facto de se fazerem refeições “em massa, pese embora o facto de serem cumpridas as capitações, se as pessoas forem ver a quantidade de bacalhau que está junto da massa, por exemplo, deixa muito a desejar”.

“O sistema não permite a um pequeno agricultor, e temos muitos aqui na zona, com produtos de altíssima qualidade, e que não conseguem introduzir os seus produtos aqui até pela própria quantidade, não valorizando a nossa economia local”, especificou.

Na opinião de Francisco Queirós, que é vereador do município de Coimbra, o abandono do modelo de refeições em larga escala, confecionadas muitas horas antes da ingestão, “terá de acontecer, porque é um avanço civilizacional importante e uma exigência, porque não é possível continuarmos a ter, por todo o lado, problemas sucessivos em termos alimentares”.


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