Casal de São Simão começa a arrancar eucaliptos em outubro

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 28-09-2017

A aldeia de Casal de São Simão, em Figueiró dos Vinhos, avança em outubro com o arranque e corte de eucaliptos numa zona de 100 metros em redor da localidade, numa reação ao incêndio que afetou a região.

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casal são simão

A pequena aldeia de xisto viu as chamas chegarem à porta da localidade durante o incêndio que começou em Pedrógão Grande e decidiu em julho criar uma zona de proteção contra incêndios, à imagem do que já tinha feito Ferraria de São João, outra aldeia de xisto, localizada no concelho de Penela e que também foi afetada pelo fogo.

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O cadastro da zona de proteção, com cerca de 15 hectares, já está feito e no início de outubro vão começar “a cortar e a arrancar os eucaliptos”, que ocupam cerca de cinco hectares dessa área, disse à agência Lusa o presidente da associação de moradores de Casal de São Simão, António Quintas.

“Estamos apenas dependentes da disponibilidade dos madeireiros”, acrescentou, sublinhando que, posteriormente à fase de corte e arranque de eucaliptos, irá avançar a reflorestação da área que estava ocupada por eucaliptal.

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A reflorestação será feita “maioritariamente com sobreiros e medronheiros”, referiu o responsável, explicando que naquela zona de Casal de São Simão encontra-se “uma mata de sobreiral que, possivelmente, é uma das maiores da região Centro”.

Para todo o processo, já foi possível angariar “algum financiamento privado e donativos”, sendo que para a fase de manutenção da zona de proteção está a ser pensada uma solução de quotização dos proprietários para garantir receitas, afirmou.

Os terrenos estão já todos georreferenciados e foram identificados “à volta de 50 proprietários” na área de proteção, informou.

Já na Ferraria de São João, aldeia vizinha mas que pertence ao concelho de Penela, os trabalhos vão mais avançados.

“Terminámos a fase de corte e arranque de eucaliptos dentro da área dos 100 metros” – cerca de nove hectares dos 14 de área de proteção -, realçou o presidente da associação de moradores, Pedro Pedrosa.

Em declarações à agência Lusa, o responsável explicou que foram dados 15 dias aos proprietários para retirarem a madeira das raízes que quisessem.

Como ainda sobrou, foram dados outros 15 dias para pessoas de fora poderem ir buscar madeira à aldeia, de forma gratuita.

Entretanto, já está a ser delineado um plano de reflorestação, estando prevista a plantação de cerca de mil árvores, entre sobreiros, três tipos de carvalhos, nogueiras, castanheiros e medronheiros, afirmou.

“Já há uma lógica de plantação: as árvores mais resistentes ao fogo, nomeadamente os sobreiros e carvalhos, ficam no exterior, e, mais próximo das casas, fica o pomar silvícola”, aclarou Pedro Pedrosa.

Durante as próximas semanas, vai ser feito um cruzamento do trabalho de planeamento florestal com a vertente de arquitetura paisagista, estando prevista uma rede de caminhos e algumas áreas ajardinadas.

Pedro Pedrosa sublinhou que “finalmente” foi atribuído o primeiro apoio de cerca de 20 mil euros para o projeto, prevendo que a reflorestação arranque em novembro.

“Os moradores têm estado muito envolvidos e têm acompanhado com interesse”, notou, sublinhando que o projeto vai “mudar a paisagem da aldeia”.

 

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