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Caráter familiar de projeto na Baixa de Coimbra também explica prémio Vilalva

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 02-07-2019

O projeto vencedor do prémio Vilalva 2017 tem um “caráter personalizado e familiar” e também por isso deve ser destacado, sustenta o júri da distinção, que foi hoje entregue no edifício reabilitado, na Baixa de Coimbra.

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A recuperação de uma antiga fábrica de cerâmica, no Terreiro da Erva, na Baixa histórica de Coimbra, tem “num caráter personalizado e familiar”, disse hoje António Lamas, do júri do prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva 2017, na sessão de entrega do galardão, ao final da manhã de hoje, no edifício da Cerâmica Antiga de Coimbra.

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Mas, “numa sociedade marcada pela lógica das grandes corporações”, a “estrutura de pequena dimensão, quase íntima, desta reabilitação”, deve ser destacada, defendeu António Lamas, que falava em nome do júri do Vilalva 2017, integrado também por Raquel Henriques da Silva, Gonçalo Byrne, Santiago Macias, Luís Paulo Ribeiro e Rui Vieira Nery.

O projeto Cerâmica Antiga de Coimbra “pretende mostrar uma das seculares artes de Coimbra, inserida num espaço recuperado com as melhores técnicas de restauro, mantendo-se um diálogo em aberto nos processos de projeto e fabrico artesanal com uma linguagem contemporânea de intervenção”.

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Outras razões, como o facto de se tratar de uma intervenção “numa zona menos ‘valorizada’ da cidade de Coimbra” e mesmo “degradada”, explicam a decisão do júri de premiar o projeto de coautoria da arquiteta Luísa Bebiano e do Atelier do Corvo (Carlos Antunes e Desirée Pedro).

“A reabilitação desta antiga fábrica, que contrasta com o ambiente da área envolvente, com sinais de degradação e marcado por uma certa marginalidade”, contribuirá, com certeza, para a intervenção necessária para melhorar esta área da cidade, acredita António Lamas.

A relevância cultural da fábrica em si, “onde há prática continuada de recuperação de saberes, que não está nem pode estar desligada da sustentabilidade económica do projeto no seu todo, em que a comercialização que aqui se produz está no cerne do seu todo do projeto”, foi igualmente considerada para a atribuição da distinção.

“O mérito do projeto de recuperação do edifício em si” foi outro dos motivos para a decisão unânime do júri da 11.ª edição do prémio Vilalva, que ainda atribuiu duas menções honrosas: o projeto Letreiro Galeria, em Lisboa, e de restauro da Livraria Lello, no Porto.

“A economia aliada à política só faz sentido se se traduzir no bem-estar da população”, defendeu, por seu lado, Eduardo Bebiano Correia, que falou em representação dos responsáveis pelo projeto Cerâmica Antiga de Coimbra.

“É aqui que se baseia o segredo deste projeto, não tanto virado para o lucro imediato, mas sim alicerçado na preservação do património, que gerações passadas criaram, e virado para a valorização dos trabalhadores no futuro”.

Aliás, “a própria dinâmica do espaço foi pensada para enfatizar o ‘saber-fazer’ dos próprios artesãos. Estamos veementemente convencidos de que isso significa um enorme valor acrescentado para todos e a longo prazo no produto final”, sublinhou Eduardo Bebiano Correia.

“Hoje em dia os produtos e serviços têm que ter alma, para não serem mais um no meio de tantos”, acrescentou.

Promovido pela Fundação Gulbenkian, o prémio Maria Tereza e Vasco Vilalva, no valor de 50 mil euros, distingue projetos de excelência na área da conservação, recuperação, valorização ou divulgação do património português, imóvel ou móvel.

O prémio foi instituído em 2007, na sequência da aquisição, à Fundação Eugénio de Almeida, do remanescente do Parque de Santa Gertrudes, o que permitiu, quase 50 anos depois, reunificar o Parque, cuja maior parte é propriedade da Fundação Gulbenkian desde 1957.

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