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Bienal de Arte de Coimbra “inventa” lugar para repouso de cinzas e culto da memória!

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 17-09-2019

 

O desenho de um lugar para repouso de cinzas e culto da memória é um dos desafios do ‘workshop’ internacional de arquitetura que hoje começa em Coimbra, no âmbito da programação da bienal de arte contemporânea.

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O ‘workshop’ “Finita Existência – Panteão Para Cinzas” vai decorrer até ao dia 27, no âmbito do Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra.

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A temática será abordada em conferências abertas ao público, com Carme Pinós, Manuel Aires Mateus e Maria Manuel Oliveira (Arquitetura), Fernando Catroga (História), Luís Quintais (Antropologia) e Vasco Santos (Psicanálise), entre outros.

“Propõe-se neste ‘workshop’ que a arquitetura resgate uma tipologia em desuso e pense numa edificação capaz de acolher uma morada dos mortos: um Panteão para cinzas, tornando o simbólico templo dos deuses num lugar de repouso de cinzas e de culto da memória dos mortais comuns”, refere a organização em comunicado enviado à agência Lusa.

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A fonte lembra que a Igreja Católica proclamou, em 2016, aceitar a cremação, que tinha autorizado em 1963, enquanto escolha pessoal, “mas proíbe que as cinzas sejam espalhadas em qualquer lugar, ou divididas entre familiares, lembrando que devem ser mantidas em local sagrado”.

Pretende-se ainda dar resposta à questão: “Como resolver onde guardar as cinzas dos que não professam religião alguma e pretendam ser cremados?”.

O “Panteão de cinzas” será também o pretexto para “pensar e redesenhar dois territórios de margem”, sendo que os locais escolhidos foram a colina do atual Cemitério da Conchada e o Alto de Santa Clara/Cerca do Convento de Santa Clara-a-Nova, “pelo caráter de fronteira que apresentam, expectantes das novas possibilidades urbanas de se integrarem no quotidiano da cidade”, é referido.

O diretor da bienal, Carlos Antunes, disse à Lusa que a organização pretende “criar uma solução arquitetónica nova, para um problema novo. Há, de facto, um problema novo e a arquitetura deve encontrar uma resposta”.

“O que nós nos propomos fazer é refletir”, disse, referindo que, neste caso, “competirá à autarquia decidir se é ou não uma boa ideia” para concretizar.

Carlos Antunes referiu que o assunto abordado é “global” e “ainda não foi encontrada uma solução”, daí que considerasse “extraordinário” que Coimbra pudesse estar “na linha da frente desta reflexão e propor uma solução nova para um problema novo”.

O ‘workshop’ é a primeira iniciativa integrada na programação convergente (um conjunto eclético e múltiplo de atividades que pretendem alargar os campos de ação através da arte e do pensamento acerca desta, permitindo a descentralização do espaço conceptual e geográfico definido pela curadoria) da bienal Anozero.

A Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra é uma iniciativa proposta em 2015 pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e organizada em conjunto com a Câmara Municipal e a Universidade.

A 3.ª edição da bienal, intitulada “A Terceira Margem”, irá decorrer de 02 de novembro a 29 de dezembro – com curadoria de Agnaldo Farias (curador-geral), Lígia Afonso e Nuno de Brito Rocha (curadores-adjuntos) -, e propõe uma reflexão na produção artística contemporânea a partir do conto “A terceira margem do rio”, de João Guimarães Rosa.

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