Bienal anozero conta com a participação de 35 artistas

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 12-11-2017

Curar e Reparar é o tema da segunda edição da bienal anozero, iniciativa que foi apresentada na Sala da Cidade de Coimbra.

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bienal anozero

O momento contou com intervenções de Manuel Machado – Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, João Gabriel Silva – Reitor da Universidade de Coimbra, Carlos Antunes – Director do Centro de Artes Plásticas, Delfim Sardo – Curador da Bienal e Miguel Honrado – Secretário de Estado da Cultura, que pode ver ou rever no vídeo do directo NDC.

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A exposição  é constituída por obras de 35 artistas e foi repartida por vários espaços patrimoniais da cidade de Coimbra. Pretende refletir sobre um mundo que reclama sistematicamente ser sarado das feridas que permanentemente abre.
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A bienal anozero arrancou no sábado e prolonga-se até 30 de dezembro, tendo como espaço central o antigo quartel de Santa Clara (que está para ser vendido pelo Governo), “devolvendo-o à cidade através de obras de luz, som, vídeo, pintura e escultura”, sob o tema “Curar e Reparar”.

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GUSTAVO SUMPTA Anozero17

Dentro do quartel,  conhecido como Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, foram instaladas obras que ocupam os cerca de 12 mil metros quadrados de espaço expositivo, e que transformam este edifício – antes ocupado pela Igreja e depois pelos militares – como o núcleo central da bienal anozero, que reúne na cidade artistas como Louise Bourgeois, Jimmie Durham, William Kentridge e Julião Sarmento.

carlos antunes e delfim sardo

Delfim Sardo e Carlos Antunes

Para o diretor do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (a entidade responsável pela produção da anozero), Carlos Antunes, a utilização da parte desocupada do mosteiro (a outra é gerida pela Confraria da Rainha Santa Isabel) era uma vontade antiga e foi preciso um desafio “irreverente” de um amigo para escolher aquele espaço, na margem esquerda do Mondego, do qual se vê toda a cidade.

A escolha do mosteiro representou também um “enorme desafio” para a equipa curatorial, face à escala “muito assustadora” que o espaço apresenta, notou.

Lá dentro, o visitante pode percorrer um corredor de 200 metros, num trabalho de luz de Julião Sarmento, intitulado “Cura”, encontrar uma garagem quase submersa onde se ouve Chico Buarque, uma peça de Gabriela Albergaria construída a partir de objetos encontrados no mosteiro, a voz de Louise Bourgeois a cantar músicas da sua infância, terminando com uma instalação vídeo de William Kentridge, que fala da História de África, num dos torreões do edifício.

Ao contrário dos restantes espaços por onde a bienal vai estar, no mosteiro, haverá um percurso definido pela equipa curatorial.

“Uma exposição é uma sucessão de experiências. Era preciso que as experiências pudessem ter uma economia emocional, com obras com maior intensidade, outras com menor intensidade”, disse à agência Lusa o curador da anozero, Delfim Sardo, frisando que se quis imprimir uma narratividade nesse mesmo percurso, propondo uma modelação “cognitiva e emocional ao visitante”.

Muitas das obras que estão presentes no antigo mosteiro surgiram a partir de reptos lançados aos artistas, dialogando com o edifício, que, apesar de ser deixado “como ele é”, foi necessário “domesticar o que era domesticável”, explicou.

WILLIAM KENTRIDGE Anozero17

O próprio carácter de desocupação do mosteiro assustou a equipa, admite a curadora adjunta Luiza Teixeira de Freitas, sublinhando que o grande desafio foi garantir que a história e o peso do mosteiro não se iriam sobrepor à arte.

Quando chegaram ao espaço, encontraram janelas partidas, dejetos de morcegos nos torreões e pombos.

Após uma limpeza e a intervenção para tornar o espaço funcional, as obras de arte convivem com as paredes envelhecidas, salas vazias e bolor, num diálogo com o património.

A bienal também está nos dois espaços do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, no Museu da Ciência e na Sala da Cidade, mobilizando em Coimbra artistas de todas as latitudes.

Além das obras expostas, vai haver ainda um ciclo de cinema, várias ‘performances’, exposições, lançamentos de livros, oficinas e concertos, tais como o do multi-instrumentalista americano Laraaji, no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.

ano zero

A bienal anozeroproduzida pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, tem como promotores a Câmara de Coimbra, a Universidade de Coimbra e a Turismo Centro de Portugal.

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