Desporto

Atleta da Académica no Europeu de Badminton sonhando com Rio 2016

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 23-04-2014

 Nuno Santos é o único representante português nos Europeus de badminton, em Kazan, na Rússia, não tendo grandes expetativas naquele que considera ser o ponto alto da sua carreira e lamentando que o Rio2016 seja uma “miragem.

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“Já tive outros momentos altos ao nível da competição internacional, nomeadamente em competições universitárias e noutros campeonatos da Europa de seleções. Mas, enquanto competição absoluta e individual, este é o torneio mais importante em que participo”, afirmou Nuno Santos, em declarações à agência Lusa.

O atleta da Académica, de 32 anos, ocupa o modesto 1.037.º lugar do “ranking” mundial e vai estrear-se frente ao italiano Giovanni Grecco, na primeira ronda da competição.

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“Faço competição internacional a próprias custas, para me ajudar a manter motivado para treinar e evoluir como atleta, sem nenhum objetivo mais específico. A competição que faço tem sido pouca, devido ao pouco tempo que tenho para conciliar com a minha atividade profissional, ao pouco dinheiro que posso despender para a fazer e também por falta de oportunidades de apoio para um envolvimento mais sério”, explicou.

Nuno Santos beneficiou da ausência de “alguns atletas” para integrar o quadro competitivo do Europeu, reconhecendo que a maior dificuldade nem foi a qualificação para a competição, mas sim a falta de apoios.

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“O que foi e é difícil é conciliar uma atividade profissional desgastante com as exigências de treino e de descanso a que um atleta de alta competição é sujeito, contar os tostões para poder fazer três ou quatro torneios fora do país e conseguir manter o foco e motivação para continuar a competir, quando todas as condições para fazer resultados melhores são inexistentes. Parece que não sou caso único e que é mal das modalidades amadoras”, sublinhou.

No dia de estreia nos Europeus, Nuno Santos foi pragmático e prometeu apenas “fazer o melhor”.

“Apesar de ser ambicioso, tenho de ter em conta que vou competir contra os melhores atletas europeus, que têm ótimo apoio técnico, que têm cinco vezes mais competição internacional, que lhes confere muito mais rodagem, um ritmo de jogo mais elevado e dedicação exclusiva à vida de alta competição. Não posso ter qualquer expetativa em relação ao resultado. No entanto vou lutar ao máximo dentro de campo e dignificar o meu país”, salientou.

Após a presença nos Europeus individuais, Nuno Santos disse lamentar que, com o acumular de todas as contrariedades, o “sonho” de estar presente nos Jogos Olímpicos do Rio2016 se torne cada vez mais uma “miragem”.

“Quando somos dos poucos a acreditar nisso, numa modalidade com tão pouca expressão socioeconómica como o badminton, fica a faltar muita coisa. Não tenho treinador, não tenho dinheiro para competir no estrangeiro, não tenho apoio da administração pública local, da direção geral do clube ou de empresas. A federação também está limitada ao orçamento público e só pode apoiar um atleta [Pedro Martins]. Resta o apoio das pessoas da secção do meu clube e a minha vontade e luta para fazer melhorar as minhas condições e mudar esta situação. No entanto, e após tanto tempo de luta, receio que os Jogos Olímpicos deixem de estar na ‘mira’ para passarem a ser uma ‘miragem’”, concluiu.

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