Artistas de Coimbra exigem que Governo mande mais dinheiro

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 05-04-2018

A concentração de agentes culturais na sexta-feira em Coimbra é para contestar os valores atribuídos às artes, mas sobretudo visa exigir “uma verdadeira política cultural para o país”, afirmam os promotores do protesto.

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Em causa estão o montante para o Programa de Apoio Sustentado da Direção-Geral das Artes (DGArtes), que consideram insuficiente, e o respetivo modelo de avaliação, que querem ver revisto, mas, mais importante ainda é que, em Portugal, “se olhe de uma vez por todas para a cultura”, sustentaram hoje, durante um conferência de imprensa, os organizadores da concentração que, à semelhança do que sucederá noutras cidades do país, terá lugar sexta-feira em Coimbra.

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A cultura deve ser encarada como um serviço público, que disponha de pelo menos 1% do Orçamento do Estado (contra os atuais 0,2%), como, de resto, está previsto no programa do Governo, defendem os promotores da concentração e representantes de diferentes entidades culturais de Coimbra, presentes no encontro com os jornalistas.

O fim da precariedade, que domina grande parte das estruturas culturais, é outras das exigências dos agentes culturais de Coimbra, que também não se conformam com o atual modelo de avaliação do programa de apoio às artes, reivindicando a sua revisão.

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A concentração em Coimbra, às 18:00, junto à Direção Regional de Cultura do Centro, na Baixa da cidade, é organizada pelo Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura e pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Espetáculos, do Audiovisual e do Músicos (CENA-STE) e conta com adesão das 13 entidades da cidade que participaram, na terça-feira, numa reunião preparatória deste protesto, que contou com a presença de cerca de seis dezenas de pessoas.

Nessa reunião participaram representantes de estruturas que foram excluídas do apoio da DGArtes, mas também organismos que foram apoiados, como a Casa da Esquina e a companhia Marionet, ou que não se candidataram (designadamente amadoras, por não serem abrangidas pelo programa), referiu Alfredo Campos, do Manifesto em Defesa da Cultura, destacando a “unidade” e a “mobilização” dos diversos agentes de Coimbra em torno deste protesto e reivindicações.

O anúncio feito hoje pelo primeiro-ministro, António Costa, de reforçar com 2,2 milhões de euros o apoio às artes, elevando-o para 19,2 milhões de euros, continua a não corresponder à exigência de que seja reposto o montante de 2009 atualizado, com a inflação, que equivale a 25 milhões de euros, sublinharam.

Além do Manifesto, intervieram na conferência de imprensa representantes designadamente do CENA-STE, das companhias de teatro A Escola da Noite e Teatrão, e do Conservatório de Música de Coimbra.

Os concursos do Programa Sustentado da DGArtes, para os anos de 2018-2021, partiram com um montante global de 64,5 milhões de euros, em outubro, subiram aos 72,5 milhões, no início desta semana, perante a contestação no setor, e o secretário de Estado da Cultura, já tinha admitido, na terça-feira, em conferência de imprensa, a possibilidade de essa verba vir a ser reforçada, já este ano, numa articulação entre o Ministério da Cultura e o gabinete do primeiro-ministro.

Para 2018, o Programa de Apoio Sustentado tinha previsto inicialmente um montante de 15 milhões de euros, que agora ascende a 19,2 milhões com os dois reforços dos últimos dias.

O Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021 envolve seis áreas artísticas – circo contemporâneo e artes de rua, dança, artes visuais, cruzamentos disciplinares, música e teatro – tendo sido admitidas a concurso, este ano, 242 das 250 candidaturas apresentadas. Os resultados provisórios apontam para a concessão de apoio a 140 companhias e projetos.

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