Política

António Costa promete reforçar Estado Social e afirma que país já converge com a União Europeia

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 28-08-2021

O secretário-geral do PS promoveu hoje uma ovação dos congressistas aos profissionais de saúde pelo combate à pandemia, fez uma cerrada defesa do Estado Social e afirmou que Portugal já está a crescer acima da média europeia.

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Estas foram algumas das principais linhas do primeiro discurso de António Costa no 23º Congresso Nacional do PS, no Portimão Arena, em grande parte dedicado às consequências da pandemia da covid-19 em Portugal e ao processo de recuperação do país após a crise sanitária, económica e social.

Com a ministra da Saúde, Marta Temido, nova militante do PS, sentada na mesa do Congresso, o líder socialista destacou o papel dos profissionais de saúde no combate à covid-19 desde março de 2020.

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“Temos de dirigir uma saudação muito calorosa a todos os profissionais de saúde: Médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes operacionais, graças aos quais 94% dos doentes estão hoje recuperados, e esperemos que de boa saúde”, declarou António Costa, motivando uma prolonga salva de palmas dos congressistas socialistas, todos de pé, ao longo de qual um minuto.

Depois de destacar também o papel das Forças Armadas, do setor social e o sentido cívico com que os portugueses respeitaram e cumpriram os dois confinamentos, António Costa saiu em defesa do Estado Social, prometeu reforçar os investimentos em particular no Serviço Nacional de Saúde (SN) e aproveitou para traçar aqui algumas linhas de demarcação ideológica face aos partidos à direita do PS.

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“Há cinco grandes lições, do meu ponto de vista, a retirar desta pandemia. A primeira é que um Estado social forte é imprescindível. Sem um Estado social forte nós não teríamos tido o músculo da Segurança Social a apoiar os rendimentos e a apoiar os empregos e a apoiar as empresas. Sem um Estado social forte nós não teríamos tido, sobretudo, um SNS que foi a grande resposta a esta pandemia”, sustentou.

Para futuro, o secretário-geral do PS prometeu reforçar os investimentos no SNS: “Sabemos que este é um esforço que tem de continuar e estamos a continuar”.

“Ao contrário do que muitos prognosticavam, nunca nenhum profissional de saúde teve ao longo desta pandemia de ser sujeito à violência dessa escolha terrível que é decidir quem salva ou quem deixa morrer, porque em todas as circunstâncias o SNS teve capacidade de responder às necessidades de cuidados de urgência dos portugueses. Sim, nós vamos continuar a trabalhar pelo SNS, nós vamos continuar a reforçar o SNS”, acentuou.

Depois do elogio ao SNS, António Costa falou sobre a via que disse ter seguido no combate à crise – via que recusou “a austeridade” e privilegiou a manutenção dos rendimentos e dos empregos.

“Fomos capazes de intervir para salvar empresas absolutamente estratégicas para o país, como é a TAP. Iremos salvá-la, porque é fundamental para assegurar a coesão territorial e a internacionalização da nossa economia”, justificou, antes de falar sobre os resultados das suas políticas dirigidas às empresas e ao emprego.

“Na crise passada, em 2013, o desemprego chegou aos 18,5%. Nesta crise, quando tivemos a maior queda do produto, com setores de atividades parados, no pior momento, o desemprego não ultrapassou os 8% – e neste momento está nos 6,7%”, referiu.

Neste contexto, o líder socialista procurou salientar medidas adotadas de aumento do salário mínimo, de apoios às empresas e a diferentes setores sociais atingidos pela crise, dizendo que essas mesmas políticas “geraram confiança” na economia em geral.

“Apesar de dois confinamentos muito duros, um deles no primeiro trimestre deste ano, estamos a crescer acima da zona euro, acima da União Europeia, o que significa que, tal como tinha acontecido em 2017, em 2018 e em 2019, também em 2021 o país retomará a trajetória de convergência”, sustentou.

Perante os congressistas do PS, António Costa abordou também outras “lições da pandemia”, para além do papel imprescindível do SNS e da recusa da austeridade.

António Costa defendeu então a tese de que se o país não estivesse com finanças públicas sólidas no final de 2019 não teria sido possível gastar para se proteger as pessoas e as empresas no período de pandemia a partir de março de 2020.

A lição, na sua perspetiva, é que Portugal tem de continuar a apresentar “contas certas”, até por uma questão de credibilidade junto dos mercados internacionais. Neste ponto, observou que o país conseguiu uma emissão de dívida a dez anos com juros negativos.

“Se houvesse medo pelas nossas políticas, este resultado seria impossível”, comentou, antes de visar os eurocéticos e de falar na lição sobre a importância da União Europeia ao longo desta crise, quer na compra conjunta de vacinas contra a covid-19, quer na decisão de avançar paria a emissão de dívida conjunta.

“Foi uma honra Portugal ter tido a presidência [rotativa] do Conselho da União Europeia num momento tão difícil. Mas agimos e cumprimos”, advogou, aqui numa alusão aos processos de ratificação nacionais do fundo de recuperação e resiliência.

Para o secretário-geral do PS, a quinta e última lição da pandemia foi a necessidade de Portugal dar resposta “mais rápida” às vulnerabilidades sociais que focaram patentes com a crise sanitária e económica, a começar na precariedade laboral em vários setores de atividade.

No seu discurso, o líder socialista prometeu intensificar o combate à corrupção, apontando que o seu Governo já apresentou a este nível uma proposta de “estratégia nacional”.

“Esses diplomas dão tradução a uma maior agilidade processual e uma maior eficácia na punição de quem comete esse crime que mina a confiança dos cidadãos na democracia, subverte o funcionamento da economia e, sobretudo, viola o princípio da igualdade. Vamos continuar a combater com toda a nossa energia a chaga da corrupção”, disse.

António Costa elogiou ainda Portugal pelos resultados ao nível da segurança, na redução da área ardida das florestas e pelas primeiras posições no processo de vacinação – indicador que atesta que “os portugueses acreditam na ciência”.

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