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Angola: MPLA perde um milhão de votos face a 2017. UNITA tem mais um milhão

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 26-08-2022

O Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA, no poder) perdeu um milhão de votos nas eleições de quarta-feira face a 2017, enquanto a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) obteve quase um milhão a mais.

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Segundo os dados da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), quando estão escrutinados 97,03 por cento dos votos, o MPLA (no poder desde 1975) obteve 3.162.801 votos, menos um milhão que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.

Já a UNITA teve uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica na de Luanda, a maior do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos enquanto em 2017 teve 1.800.860 boletins favoráveis.

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Além desta mudança de votação, há um registo de uma menor afluência. Menos 700 mil angolanos acorreram às urnas nas eleições gerais de quarta-feira apesar de o universo eleitoral ter aumentado mais de 55 por cento, passando de 9,22 milhões para 14,4 milhões de eleitores.

Em 2022, com um caderno eleitoral substancialmente superior, verificou-se uma abstenção de 56% quando, em 2017, data da primeira eleição de João Lourenço, a abstenção foi apenas de 23,5%.

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De acordo com o ‘site’ da CNE, o MPLA segue com 51,07% e 124 mandatos, seguindo-se a UNITA com 44,05% e 90 lugares, cabendo os restantes seis eleitos a três pequenas forças partidárias. Com estes resultados, o MPLA baixa de maioria qualificada (tinha 150 mandatos) que lhe permitia aprovar isoladamente alterações constitucionais, para maioria absoluta.

Na província de Luanda, a UNITA conseguiu quase o dobro do partido governamental e obteve 1,23 milhões de votos, mais 500 milhões que em 2017, enquanto o MPLA, com 650 mil votos, tem menos 360 mil boletins.

No resto do país, a UNITA elege deputados em 17 das 18 províncias (só no Cunene, o MPLA tem os cinco eleitos provinciais). Em 2022, o partido do galo negro não elegeu deputados em seis províncias e na maioria dos casos só teve um eleito, contra quatro do MPLA.

Desta vez, em metade das províncias, o resultado ficou 3-2 a favor do MPLA (Bengo, Benguela, Bié, Cuanza Norte, Huambo, Luanda Norte, Lunda Sul, Malanje e Uíje), que só obteve quatro mandatos no Cuando Cubango, Cuanza Sul, Huíla, Moxico e Namibe.

Em Cabinda, a UNITA teve a sua maior vitória do país, obtendo quatro mandatos contra um do MPLA (nas eleições de 2017 a maioria dos mandatos já eram da oposição) e ganhou Luanda e Zaire com três deputados.

Fora do país, cujos votos contam apenas para o círculo nacional, o MPLA ganhou à UNITA com 50,6 por cento dos votos, mas a CNE não faz a discriminação dos votos por consulado.

No que respeita aos votos brancos e nulos, houve um total de 173.791 casos, metade do que em 2017.

Na Assembleia Nacional de Angola, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) desaparece do hemiciclo depois da saída do seu líder, Abel Chivukuvuku, para as listas da UNITA, onde concorria a vice-presidente.

Em 2017, a CASA-CE havia obtido 16 mandatos (com 639.789 votos) e agora obteve apenas 46.750 boletins com a cruz no partido.

Nos partidos mais pequenos, o Partido da Renovação Social (PRS) desceu ligeiramente (70.398 votos contra em 80.763 em 2017) e manteve os dois assentos. Já a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) subiu quatro mil votos, obtendo 65.223 boletins, que lhe permitiram subir para dois lugares.

A surpresa entre as formações mais pequenas foi o Partido Humanista de Angola (PHA), de Bela Malaquias, que teve 63.003 votos e conseguiu eleger dois mandatos na sua primeira corrida eleitoral.

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