Castanheira de Pera: Alzira não sabe quando poderá voltar a viver na sua casa

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 07-11-2017

Cinco meses após o incêndio de junho, Alzira Luís, viúva, de 73 anos, ficou sem a sua casa e, neste momento, diz que o assunto da reconstrução está nas mãos do presidente do município local.

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“A perda foi muito grande. O assunto está nas mãos do presidente da câmara. Acho que as coisas estão a andar”, contou Alzira Luís, que hoje voltou a Rapos, onde vivia antes do incêndio que lhe destruiu completamente a sua habitação.

Alzira, que atualmente está numa casa arrendada em Castanheira de Pera, reviveu os momentos de terror que viveu naquele fatídico dia, junto da presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, que, fazendo jus à promessa de visitar o território a cada dois meses, hoje voltou ao local para ver e ouvir as vítimas do incêndio.

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Em Rapos, no concelho de Castanheira de Pera, esteve nas ruínas da antiga habitação de Alzira Luís que, entre a emoção e as lágrimas, recordou os momentos de aflição que viveu: “Peguei na mala e fui embora. Se caio na tentação de voltar a entrar, tinha morrido”.

Diz que ardeu tudo de um momento para o outro, o fruto do trabalho de uma vida, da sua e da família.

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“Saí daqui quando vi o fogo a vir muito forte. Havia um barulho ensurdecedor. Quando vi, não havia mais nada a fazer: só fugir”, disse.

Visivelmente emocionada, recorda uma amiga que veio a pé, em seu socorro, uma jovem que carinhosamente a trata por “mãe” e a quem diz dever a vida: “Foi muito bonito o que ela fez por mim. Veio a pé, arriscou a vida por mim”.

Antes, junto à Estrada Nacional 236, a presidente do CDS-PP já havia visitado a casa de Lídia Silva, que esteve internada, juntamente com o marido e o filho, devido às graves queimaduras que sofreu.

E, uma vez mais, as recordações foram vividas entre emoção e lágrimas.

“Tive um azar há 30 anos, num acidente de viação. Estive em coma. Agora, aconteceu-me isto [incêndio]. Eu quero é esquecer, mas não sou capaz. Foi uma aflição tão grande. Era lume de cima para baixo”, recorda.

Aos 59 anos, ficou sem o carro, a motorizada do marido e parte da casa, que, neste momento, está praticamente recuperada na totalidade.

Após o incêndio, esteve três meses internada. Passou pelo Hospital da Prelada, por Coimbra, Leiria e em Figueiró dos Vinhos, nos cuidados continuados.

“Penso que isto é feito por pessoas que sabem. Enquanto não castigarem bem os incendiários, isto não acaba. Isto nunca mais acaba”, desabafa.

Mais à frente, também junto à nacional 236, o casal Santos recebeu a visita de Assunção Cristas. A história repetiu-se, com a emoção a tomar conta de Dolores e António, à medida que iam relatando à líder do CDS-PP os momentos que viveram.

“Com uma mangueira, molhei a casa toda. Queria salvar era o meu cantinho. O meu marido queria fugir. Mas para onde é que fugíamos?”, disse.

Dolores Santos, de 65 anos, conta que lhe morreram os cães, mais de quatro dezenas de coelhos, galinhas, pombos e frangos. Não conseguiu salvar os animais. Tudo isto, apesar de ter os terrenos em redor da habitação limpos.

O carro também ficou todo queimado e perdeu algumas alfaias agrícolas. As chamas “lamberam” as paredes da casa e ainda chegaram ao sótão. Perdeu ainda uma cozinha, onde tinha arcas e frigoríficos.

Agora, aquilo que pede é que não deixem morrer o assunto: “Tenho esperança. Acho que sim, que não se esquecem de nós. Vamos esperar para ver”.

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