Alegado incumprimento poderá condicionar ida de Nuno Mota Pinto para o Montepio

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 24-02-2018

O conimbricense Nuno Mota Pinto “pagou dívida nas vésperas de se saber que ia liderar o Montepio”.

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MOTA

 “Nuno Mota Pinto teria no antigo BES um crédito no valor de cerca de 80 mil euros que esteve em incumprimento, situação que levou o Novo Banco a colocar o seu nome na lista dos devedores do Banco de Portugal (BdP), soube o Expresso”.

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No jornal podemos ler que “a situação foi regularizada em meados de dezembro de 2017. O crédito vencido foi pago através da concessão de um novo crédito do Novo Banco, já sob a liderança de António Ramalho”.

Contactado pelo Expresso, Nuno Mota Pinto “não quis fazer qualquer comentário, nem confirmar a informação”.

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“Apesar de dívida ter sido paga, a questão é delicada, uma vez que Nuno Mota Pinto, assim como a restante equipa que irá substituir a administração executiva agora liderada por Félix Morgado, ainda não teve “luz verde” do Banco de Portugal,  acrescenta o jornal lisboeta.

No dia 21 de fevereiro o Público divulgava que “Dois membros do conselho geral da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) afirmam que nas listas para os órgãos sociais da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), em análise no Banco de Portugal, há quem tenha tido, até Dezembro do ano passado, créditos em atraso, razão pela qual questionam as condições para gerir a instituição financeira”.

“Sem detalharem a quem se referem, os dois conselheiros contestam que a AMMG tenha incluído nas suas listas para “a comissão executiva de uma instituição bancária”, como é o caso da CEMG, um gestor com um passado de dívidas à banca e “que terá certamente de dar grande importância ao crédito em mora.” Em causa estará uma divida de 80 mil euros”, indica o jornal da Sonae.

MONTEPIO

Recordamos que a Associação divulgou em dezembro que tinha convidado Nuno Mota Pinto para substituir Félix Morgado como presidente do banco Caixa Económica Montepio Geral.

Em nota à imprensa, a entidade liderada por Tomás Correia disse que, tendo em conta o “plano da parceria” assinado com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que poderá vir a tornar-se acionista do banco Montepio, é “indispensável a criação de condições para a sua operacionalização”.

A Associação Mutualista Montepio Geral avançou que convidou Nuno Mota Pinto para presidente do banco mutualista, após a escolha ter reunido o “consenso da estrutura acionista”, e que este “já aceitou presidir à Comissão Executiva da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG)”.

Para a Mutualista, Nuno Mota Pinto tem “o perfil requerido para a execução da estratégia definida, no sentido de dar cumprimento aos objetivos de transformação da CEMG na instituição financeira portuguesa de referência para a economia social”.

A CEMG é liderada por José Félix Morgado, cujo mandato só termina no fim de 2018.

A Associação Mutualista indicou que Nuno Mota Pinto iniciará funções como presidente do banco Montepio “logo que nas próximas semanas sejam cumpridos os trâmites estatutários, legais e regulamentares”.

No sábado, vários órgãos de comunicação social noticiaram que José Félix Morgado abandonaria, até ao final do ano, a presidência da CEMG, em divergência com a Associação Mutualista e, sobretudo, com o presidente desta, Tomás Correia.

No mesmo dia, a Associação Mutualista disse que recebeu estas notícias “com total surpresa”, afirmando que tal informação, “a ser verdade, só responsabiliza quem a profere”.

As notícias surgiram no mesmo dia em que decorreu o almoço de Natal dos trabalhadores do grupo Montepio, que reuniu milhares de pessoas em Lisboa e que contou com as presenças de Tomás Correia e de Félix Morgado.

Na sua intervenção, segundo várias pessoas presentes no almoço, Tomás Correia falou na entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no banco, referindo que deverá ficar fechada até final do ano, e de mudanças no modelo de gestão e mesmo nos órgãos sociais.

Já esta segunda-feira, Félix Morgado enviou uma mensagem aos trabalhadores do banco, através da intranet, a dizer que não se demitiu e que enquanto fosse presidente da CEMG mantinha o “mesmo empenho”, destacando os resultados do banco.

O banco Montepio conseguiu este ano inverter a tendência de prejuízos registada em 2016 e, até setembro, apresentou lucros de 20,4 milhões de euros. Este valor compara com 67,5 milhões de euros negativos dos primeiros nove meses de 2016.

O Jornal de Negócios noticiou que caso a Associação Mutualista queira substituir José Félix Morgado antes do fim do seu mandato tem de lhe pagar 400 mil euros.

Fontes do setor financeiro indicaram à Lusa que a Associação Mutualista quer ainda alterar o modelo de governo desta para monista, deixando de haver um Conselho Geral e um Conselho de Administração Executivo para passar a ter apenas um Conselho de Administração composto por administradores não executivos e executivos.

Falta, portanto, conhecer a pessoa que assumirá o cargo de presidente não executivo (‘chairman’).

A Associação Mutualista Montepio Geral tem mais de 600 mil associados e é o topo do Grupo Montepio. Tem como principal empresa subsidiária a Caixa Económica Montepio Geral, que desenvolve o negócio bancário.

A Lusa contactou o Banco de Portugal sobre o tema, que não prestou qualquer esclarecimento.

“Para chefiar a nova comissão executiva da Caixa Económica Montepio Geralno próximo triénio, está indicado Nuno Mota Pinto, que terá na sua equipa Carlos Leiria Pinto (que como o CEO vem do Banco Mundial), Helena Soares de Moura, com origem nos seguros, Pedro Ventaneira (ex-BESI), José Rosete e Pedro Alves e José Mateus, ambos directores do grupo Montepio”.

Nuno Mota Pinto é licenciado pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Atualmente vive nos Estados Unidos da América, em Washington, onde trabalha no grupo Banco Mundial. É um dos administradores responsáveis por acompanhar Itália, Portugal, Grécia, Albânia, Malta, San Marino e Timor-Leste, segundo o seu currículo na página do Banco Mundial na Internet.

Também trabalhou no International Finance Corporation, Fundação Calouste Gulbenkian e BPI.

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