Justiça

Advogado da família do trabalhador atropelado na A6 deseja que processo avance

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 22-04-2022

 O advogado da família do trabalhador que morreu atropelado na Autoestrada 6 (A6) pelo automóvel que transportava o ex-ministro Eduardo Cabrita desejou hoje que, após o antigo governante ser constituído arguido, o processo judicial “avance rapidamente”.

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“Esperamos que o processo avance rapidamente, porque, em meu entender, já foram feitas todas as diligências de prova que seriam necessárias”, afirmou o advogado José Joaquim Barros, em declarações à agência Lusa.

Sublinhando que “foi feita a peritagem e inquiridas variadíssimas testemunhas” sobre o acidente, assim como ouvidos os novos arguidos no processo, o causídico considerou que “não há muito mais a fazer”.

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“Agora, há de ser deduzida uma nova acusação para envolver estes dois arguidos [Eduardo Cabrita e o chefe de segurança da comitiva, Nuno Dias] e, depois, vamos ver se haverá ou não abertura de instrução”, referiu.

José Joaquim Barros assinalou que todos estavam à espera que o ex-ministro da Administração Interna fosse constituído arguido “desde janeiro”, lembrando que o seu chefe de segurança “já foi constituído arguido e ouvido como tal há mais de dois meses”.

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“O ex-ministro só não foi constituído arguido mais cedo porque alguma coisa correu mal. Isto é, não foi notificado por alguma razão, mas também podem haver justificações perfeitamente válidas para isso”, acrescentou.

O advogado falava a propósito da constituição e interrogatório como arguido do ex-ministro, esta manhã, nas instalações do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, no caso do acidente mortal na A6, perto de Évora.

Eduardo Cabrita é o terceiro arguido do processo e junta-se ao motorista da viatura oficial que atropelou o trabalhador e em que seguia o então governante, Marco Pontes, e ao chefe de segurança da comitiva, Nuno Dias.

Em 18 de junho de 2021, a viatura oficial em que seguia Eduardo Cabrita atropelou mortalmente Nuno Santos, trabalhador que fazia a manutenção da Autoestrada 6 (A6), ao quilómetro 77,600 da via, no sentido Estremoz-Évora.

Inicialmente, o Ministério Público (MP) só tinha deduzido acusação contra o motorista que conduzia a viatura oficial em que seguia o então governante, mas a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, que se constituiu assistente no processo, considerou após consultas dos autos que havia provas suficientes para responsabilizar o antigo ministro por um crime de homicídio por negligência.

Face à solicitação da associação, o Ministério Público decidiu reabrir o caso e ordenou à procuradora titular do inquérito que constituísse como arguidos Eduardo Cabrita e o respetivo chefe de segurança pessoal.

O chefe de segurança da comitiva do ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, Nuno Dias, foi constituído e interrogado como arguido, em fevereiro deste ano, nas instalações do DIAP de Évora.

Em 03 de dezembro de 2021, o MP acusou Marco Pontes, motorista de Eduardo Cabrita, de homicídio por negligência, tendo, nesse mesmo dia, o então ministro da Administração Interna apresentado a sua demissão do cargo.

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