Coimbra

Adesão à greve da ERSUC em Coimbra rondou hoje os 90% (com vídeos)

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 28-01-2020

Os trabalhadores da empresa ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro cumpriram hoje o segundo dia de dois dias de greve por aumentos de salários e a adesão no polo de Coimbra rondou os 90%, disse fonte sindical.

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Em declarações à agência Lusa, Joaquim Sousa, da direção nacional do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), revelou que o piquete de greve em Coimbra “não deixou que a equipa indicada para serviços mínimos saísse para a rua”, depois de o sindicato ter criticado a decisão do tribunal arbitral em impor “serviços mínimos que são serviços máximos”.

“A adesão hoje ronda os 90%. Houve alguns trabalhadores precários que foram trabalhar, mas hoje menos” do que na segunda-feira, adiantou Joaquim Sousa.

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O sindicalista afirmou ainda que nas instalações da ERSUC em Coimbra os próprios administradores “tiveram de deixar os carros lá fora e entrar na empresa a pé”, já que o acesso às instalações “estava bloqueado” por duas viaturas de recolha de resíduos e uma de limpeza de fossas.

Sobre a decisão dos serviços mínimos tomada pelo tribunal arbitral, Joaquim Sousa considerou que “nunca, até hoje”, no setor, tinha sido decidido designar 59 trabalhadores para serviços mínimos.

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“O tribunal considera que se a recolha seletiva [de vidro, plástico, metal, cartão e papel nos ecopontos] não for feita, coloca em causa a saúde pública. Mas se fosse assim então a saúde pública é colocada em causa todos os dias, porque é impossível todos os dias fazer a recolha dos ecopontos, quando estão a menos de 50% da capacidade a viatura passa e nem lhes toca”, argumentou.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, o STAL tinha já criticado a decisão do tribunal arbitral em impor serviços mínimos a 59 trabalhadores do quadro de pessoal, rejeitando-a “liminarmente” e alegando que a mesma “põe em causa o direito à greve”.

Apesar da contestação aos serviços mínimos, o dirigente nacional do STAL classificou a paralisação – convocada para exigir a valorização das carreiras, a melhoria das condições de trabalho e o aumento dos salários – como “uma grande jornada de luta” dos trabalhadores da ERSUC de Coimbra e Aveiro, salientando ser a primeira vez “que de forma organizada estão a fazer greve”.

Os trabalhadores da empresa que recolhe o lixo em 36 municípios dos distritos de Coimbra, Aveiro e Leiria – e emprega, de acordo com o STAL, cerca de 400 pessoas – já agendaram novos plenários para a próxima semana e, face à “falta de resposta” por parte da administração da ERSUC – que pertence ao grupo EGF/MOTA ENGIL – irão “continuar e intensificar as formas de luta”, avisou Joaquim Sousa.

Em comunicado distribuído aos trabalhadores, o STAL lembra que a ERSUC intervém na recolha de lixo de uma área de 7.000 quilómetros quadrados, o que corresponde a 7.9% do território nacional, servindo uma população de “aproximadamente um milhão de habitantes” e tratando “mais de 300.000 toneladas de resíduos por ano.

Na nota, a estrutura sindical condenou a atitude da administração da ‘holding’, que se recusa a iniciar qualquer processo de negociação coletiva global ou local.

Entre as reivindicações das estruturas representativas dos trabalhadores destacam-se a melhoria dos salários e de outras prestações pecuniárias, nomeadamente dos subsídios de refeição e de transporte, o respeito pela contratação coletiva, a valorização dos trabalhadores e das suas carreiras profissionais, com um plano de carreiras que assegure a progressão e a promoção, e um seguro de saúde para todos, que seja alargado ao agregado familiar.

Saiba o que dizem os trabalhadores concentrados à porta da ERSUC

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