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Associação Sindical da PSP acusa ministro de “branquear constantemente” problemas

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 11-10-2022

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) acusou hoje o ministro da Administração Interna de “branquear constantemente” os problemas da PSP, considerando que tenta resolver as questões estruturais da polícia “com caridade e alguns euros”.

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“Aquilo que pretendemos dizer ao Governo e aos grupos parlamentares é que a PSP está a atravessar momentos complexos, difíceis e exigentes e é necessário rever a política na PSP ao nível da dignificação e valorizarão salarial. O Governo tem dado sinais de que há uma pretensão de responder às questões estruturais da PSP com caridade e alguns euros para empurrar os problemas para a frente”, disse aos jornalistas o presidente da ASPP, Paulo Santos durante uma concentração em frente à Assembleia da República, que juntou algumas dezenas de dirigentes sindicais da ASPP.

O protesto fez parte da campanha “Dignidade Não é Caridade” que o sindicato está a realizar para demonstrar ao Governo “é necessário investir em segurança e dignificar os profissionais da Polícia de Segurança Pública”.

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Durante o protesto, que se realizou no mesmo dia em que o ministro da Administração Interna se reúne com os sindicatos da PSP para apresentar a proposta da nova tabela remuneratória para 2023 no âmbito do Orçamento do Estado, os dirigentes da ASPP vestiram camisolas cinzentas para questionarem se “voltámos ao tempo das fardas cinzentas?”.

Durante o protesto, os sindicalistas aproveitaram também para colocar um cartaz em frente à Assembleia da República para denunciar que “Dignidade Não é Caridade”.

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“O ministro tem constantemente branqueado os problemas da PSP e nós entendemos que isso é errado, porque para resolver os problemas que existem neste momento é preciso encará-los de frente e dar-lhes resposta”, disse Paulo Santos, sublinhando que os polícias “não querem que o ministro e o Governo olhem para a PSP e para os problemas que afetam os profissionais da PSP com tentativas de prolongar os problemas”.

Justificando o protesto, o presidente do maior sindicato da PSP denunciou “o assistencialismo social” que o Governo quer dar aos polícias através “de uns quartos, de umas senhas de televisão, creches ou com pequenos ajustes que apenas respondem a situações de conjuntura e não aos problemas estruturais” da polícia.

“Aquilo que estamos aqui a fazer hoje é alertar os grupos parlamentares para que façam a pressão necessária junto do Governo para que de uma vez por todas se sentem à mesa com os sindicatos para abordar as questões estruturais da PSP, que são o subsídio de risco, os vencimentos, o envelhecimento e a falta de efetivo”, disse, frisando que não se deve “misturar uma componente de assistencialismo social com a necessária dignificação dos salários e condições de trabalho”.

Sobre a nova tabela salarial proposta pelo Governo, em que os agentes da PSP vão ter no próximo ano um aumento no salário base entre os 90,64 e os 107,70 euros, conforme as posições remuneratórias, Paulo Santos referiu que “há uma tentativa de resolver a questão com estes ajustes transversais à administração pública”, mas deve ser dada uma “resposta efetiva a uma realidade que é muito própria da PSP”.

O presidente da ASPP admite a realização de mais protestos, recordando que o sindicato vai participar, em 21 de outubro, na vigília junto à Presidência da República organizada pela estrutura que congrega sindicatos e associações da PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE, e pode vir a organizar uma manifestação nacional em novembro.

“Se o Governo continuar com esta perspetiva de empurrar os problemas para a frente, branqueando a situação diária e não querendo resolver os problemas da PSP, que são graves, não temos outra alternativa que não seja ir para a rua contestar”, sustentou.

A deputada do PCP Alma Rivera esteve no protesto da ASPP para manifestar solidariedade para com as reivindicações dos profissionais da PSP.

Alma Rivera lamentou à Lusa que as carreiras dos polícias estejam desvalorizadas, considerando que se sentem “desmotivados pela forma como têm sido tratados pelos diversos governos”.

“Aquilo que se está a apresentar não soluciona os problemas de fundo. Consideramos que é caridade. Não são medidas de valorização da tabela remuneratória e da carreira, nem do trabalho suplementar”, disse.

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