2017: Constança Urbano de Sousa, a ministra que não resistiu à tragédia dos fogos

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 13-12-2017

Constança Urbano de Sousa não conseguiu resistir ao drama dos incêndios florestais, que provocaram mais de cem mortos, e acabou por se demitir do cargo de ministra da Administração Interna a 18 de outubro.

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A contestação a Constança Urbano de Sousa começou em junho, após o incêndio de Pedrógão Grande, que provocou a morte a 66 pessoas, uma vasta área ardida e milhares de euros em prejuízos.

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Foram várias as vozes a pedir a demissão da então ministra da Administração Interna, nomeadamente o CDS/PP, mas Constança Urbano de Sousa resistiu e afirmou várias vezes que se mantinha no cargo, enquanto tivesse a confiança do primeiro-ministro.

“Era mais fácil demitir-me, mas optei por dar a cara”, disse várias vezes, na altura.

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Perante os deputados na Assembleia da República e com a voz embargada e quase a chorar, Constança Urbano de Sousa declarou: “Este não foi o momento mais difícil da minha carreira política, foi o momento mais difícil da minha vida”.

No entanto, em outubro, na carta de demissão que entregou ao primeiro-ministro, ficou-se a saber que, em junho, tinha pedido para abandonar o cargo, mas António Costa reiterou a confiança e alegou sempre que era tempo de agir e não de pensar em demissões.

Depois de uma época de fogos que não deu tréguas e dos mais de 500 incêndios que deflagraram num único dia, a 15 de outubro, e provocaram 45 mortos na região Centro do país, Constança Urbano de Sousa acabou por sair, alegando a necessidade de preservar a sua dignidade pessoal.

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A demissão de Urbano de Sousa aconteceu três dias depois dos incêndios de 15 de outubro e horas depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa declaração ao país feita a partir de Oliveira do Hospital, um dos concelhos mais afetados pelos fogos, ter aumentado ainda mais a pressão sobre o Governo.

Marcelo afirmou que era preciso “abrir um novo ciclo”, na sequência dos incêndios, e que isso “inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo”.

O ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, responde aos jornalistas durante a conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, Lisboa, 05 de janeiro de 2017. ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Para o cargo de ministro da Administração Interna, o primeiro-ministro escolheu Eduardo Cabrita.

Durante os incêndios, a atuação da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) foi também contestada, com várias críticas à falta de coordenação, tendo ainda sido colocada em causa a reestruturação feita na entidade no início do ano, devido à nomeação de novos comandantes pouco tempo antes do início da época de fogos.

Apesar das críticas à sua atuação, o comandante operacional nacional da ANPC, Rui Esteves, manteve-se no cargo, tendo acabado por se demitir, em meados de setembro, devido às polémicas que envolveram a sua licenciatura.

No mesmo dia em que é conhecida a saída da ministra da Administração Interna, o presidente da ANPC, Joaquim Leitão, apresentou a demissão.

A 09 de novembro, tomou posse como presidente da ANPC o tenente-general Mourato Nunes, antigo comandante-geral da GNR, que vai ter pela frente a missão de reestruturar este organismo.

Uma das suas primeiras opções foi a escolha do coronel da GNR António Paixão para comandante operacional nacional e de Patrícia Gaspar para segunda comandante.

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