Coimbra

Tiago Reis Marques conclui que 65% dos médicos em formação pensam sair de Portugal

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 08-06-2015

 65 por cento dos médicos portugueses atualmente a frequentar o internato da especialidade (o período de formação pós-graduada que conduz à obtenção da especialidade)  considera emigrar após a sua conclusão.

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Essa tendência aumenta com o decorrer dos anos de formação, sendo que no primeiro ano, 53 por cento dos inquiridos coloca essa hipótese e no último ano essa percentagem sobe para 74 por cento.

Esta é uma das principais conclusões do estudo “Satisfação com a Especialidade entre os Internos da Formação Específica em Portugal”, conduzido por um conjunto de 31 médicos de todo o País, e onde foram inquiridos mais de 800 médicos em formação de 45 diferentes especialidades e distribuídos por unidades de saúde de todo o País. O estudo foi publicado na Acta Médica Portuguesa, a mais importante revista científica médica Portuguesa.

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“O objetivo deste estudo foi avaliar a percepção dos médicos internos sobra a sua especialidade e o seu local de formação, bem como as razões da insatisfação e intenção de emigrar” afirma Tiago Reis Marques, um dos responsáveis pelo estudo. “O problema da emigração médica tem vindo a ser muito discutido recentemente, mas não existia até hoje um estudo científico sobre este assunto” afirma o mesmo autor.

Tiago Reis Marques, natural de Coimbra, é psiquiatra e investigador e desenvolve atualmente a sua atividade no Instituto de Psiquiatria do Kings College, em Londres.

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O estudo avaliou a satisfação com a especialidade e com a qualidade da formação médica em Portugal, sendo de notar que 78% dos médicos consideram-se satisfeitos ou muito satisfeitos com a qualidade da sua formação. No entanto, 81% dos médicos considera que o panorama da prática clínica em Portugal piorou muito ou extremamente nos últimos anos, enquanto que somente 2% dos médicos em formação considera que esta atualmente melhorou. Um dado impressionante refere-se ao facto de cerca de 20% dos médicos afirmar que não voltariam a tirar o curso de Medicina caso pudessem voltar atrás.

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