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Teatro Académico de Gil Vicente recebe École des Maîtres

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 28-07-2015

Pelo 4º ano consecutivo, o Teatro Académico de Gil Vicente é parceiro do projeto internacional para jovens atores. A École des Maîtres tem o apoio de seis países europeus – Portugal, Itália, Bélgica, França, Croácia e Eslovénia, com objetivo de relacionar jovens atores com encenadores de renome internacional. De agosto a outubro, 20 atores (4 atores portugueses) participam nesta experiência por vários países europeus, desta vez com a direção de Ivica Buljan, encenador croata. Em Coimbra, a estreia do espetáculo O Capital é no dia 17 outubro.

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A École des Maîtres é um projeto de formação avançada, criado por Franco Quadri em 1990, completando este ano a sua XXIV edição. Trata-se de um curso internacional itinerante de aperfeiçoamento teatral, aberto a artista europeus, com idades entre os 24 e os 34 anos. O curso tem o apoio de seis países europeus – Portugal, Itália, Bélgica, França, Croácia e Eslovénia – e tem como objetivo relacionar jovens atores, oriundos de escolas de teatro europeias e com experiência profissional, com encenadores de renome internacional. Juntos participarão assim num trabalho baseado no encontro e no intercâmbio de conhecimentos, de metodologias e de práticas artísticas, partindo de textos, línguas e linguagens teatrais distintos,sob a forma deum workshop itinerante com a duração de um mês e meio.

A École des Maîtres decorre de 16 de agosto a 13 de setembro e de 15 a 21 de outubro. Os trabalhos desta edição terão lugar em Udine (Itálie) de 16 a 27 agosto e em Zagreb (Croácia) de 29 de agosto a 9 de setembro.Os resultados dos workshops são assim apresentados ao público no final da primeira fase em Udine, prosseguindo com cinco outras apresentações públicas nos países parceiros. Em Coimbra, a estreia do espetáculo O Capital é no dia 17 outubro.

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Foram selecionados 20 actores para participarem nesta experiência formativa, desta vez com a direção de Ivica Buljan, encenador croata convidado para dirigir a École des Maîtres em 2015; uma personalidade teatral que encontra a sua inspiração em diversas culturas europeias, do Mediterrâneo à Eslovénia central, próximo da cultura francesa, com a qual escolheu formar-se, e da cultura alemã. Os espetáculos de Ivica Buljan foram apresentados em muitos países e em Festivais internacionais. Buljan encenou autores como Bernard-Marie Koltès, Quignard Pascal, Pascal Rambert, Pier Paolo Pasolini, Botho Strauss, Heiner Muller, Tennessee Williams, Peter Handke, Danilo Kiš, Elfrida Jelinek.

Ivica Buljan dirigiu o Teatro Nacional da Croácia em Split, instituição que hoje representa uma renovação geracional de dramaturgos, encenadores e companhias independentes. Em 2000, fundou o Mini Theatre em Ljubljana (Eslovénia) e, em 2003, o Festival Internacional de Teatro de Zagreb, do qual ainda hoje é diretor. Em 2014, Ivica Buljan foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras pelo governo francês. Este ano, foi nomeado diretor artístico do Teatro Nacional de Zagreb.

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No decurso da École des Maîtres, Ivica Buljan vai trabalhar com os atores num projeto intitulado O Capital, desenvolvido a partir da análise decisiva que o economista francês Thomas Piketty faz dos mecanismos do capitalismo contemporâneo.

Ivica Buljan pretende utilizar a noção de Capital e o discurso sobre a sua natureza como materiais de representação, tal como o teatro antigo recorreu à mitologia e aos seus arquétipos. Partindo de diversos autores e diversas formas de “capital” – económico, simbólico, social, cultural – tendo em consideração temáticas como a injustiça económica e social, o progresso e as formas de dominação, esta edição da École des Maîtres pretende dar visibilidade a um dos conceitos-chave da realidade moderna, através da construção de imagens para um teatro experimental/performativo/participativo.

Esta ideia tem igualmente origem nas reflexões em torno de um autor que viveu obcecado pelas mesmas questões: Pier Paolo Pasolini. Nos seus últimos trabalhos, em particular, tem origem uma análise profunda da sociedade de consumo, denunciando a lógica do capitalismo e a degradação do Homem transformado em mercadoria.

Para além dos textos de Pasolini, o trabalho documental para O Capital, integrará igualmente fragmentos de textos de Shakespeare, Koltès, Molière, Marx, Foucault, Bourdieu, Anders. A todos os participantes do projeto O Capital serão pedidas propostas com temas estruturantes, imagens, excertos de textos e ideias coerentes de representação.

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