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Surrealistas estrangeiros criam cada vez mais com coletivo de Coimbra

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 07-01-2014

 Criadores estrangeiros mostram cada vez mais interesse em participar no coletivo surrealista Cabo Mondego, da região de Coimbra, tendo o grupo recebido nos últimos anos pessoas da Austrália, Brasil ou França.

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O coletivo “The Cabo Mondego Section of Portuguese Surrealism” “é um grupo aberto que se reúne quando alguém quer e que recebe pessoas de fora que queiram criar connosco”, contou Miguel de Carvalho, um dos fundadores do grupo, referindo que as pessoas deslocam-se a Coimbra às suas custas, apenas para estarem “uns dias” a criar com o coletivo, sem uma data fixa.

“Bebe-se jeropiga, assa-se umas chouriças e vamos para as florestas do Cabo Mondego [na Figueira da Foz], ou para umas fábricas abandonadas, e até já fomos para a frente de uma igreja na Nazaré, a criar”, disse à agência Lusa o também livreiro de Coimbra, que admite que esses momentos são “o caos total”.

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O coletivo, criado em 2008 juntamente com Rik Lina, Seixas Peixoto, Pedro Prata e João Rasteiro, realiza “trabalho coletivo, de forma libertária e desregrada” e segue a tríade de amor, liberdade e poesia de André Breton, que escreveu o primeiro manifesto surrealista, em 1924.

Desde 2008 que Miguel de Carvalho repara num “crescimento do interesse” do movimento surrealista internacional em Portugal, percetível também nas participações de criadores da “Austrália, Canadá, Brasil, Espanha ou França” no coletivo Cabo Mondego.

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“Houve até um holandês que, quase aos 70 anos de idade, decidiu vir viver para a Figueira da Foz, para poder estar mais próximo do coletivo”, contou o fundador do coletivo.

O Cabo Mondego recebeu também em Coimbra, a 15 de junho de 2013, o poeta norte-americano Allan Graubard, que pertenceu ao Grupo Surrealista de Chicago, nos anos 1970, assim como “um criador das Antilhas Holandesas”.

Ao chegarem, a liberdade é total, em momentos de criação em que o surrealismo se afirma como “uma aventura coletiva”, sendo todo o processo criativo à volta do automatismo psíquico – onde os criadores se exprimem de forma automática.

Miguel de Carvalho diz que o coletivo, quer pela sua abertura a criadores de fora, quer pelo uso do automatismo psíquico, é “único no mundo”.

A maior parte das obras são efémeras.

Contudo a editora de Miguel de Carvalho, Debout sur l’Oeuf, reúne e publica algumas criações que são distribuídas, “mas que raramente estão à venda”, não havendo qualquer objetivo comercial.

As criações já resultaram numa “revista-objeto”, com o nome da editora, que conta apenas com uma edição de 100 exemplares e que consiste numa caixa que contém folhas soltas, textos teóricos, objetos artísticos diversos, fotografias e pinturas de “criadores de todo o mundo”, havendo objetos diferentes de caixa para caixa, tendo sido tudo feito à mão, sublinhou o responsável da editora.

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