Coimbra

Submarino ao fundo!

LÚCIA SANTOS | 9 anos atrás em 14-02-2015

Recentemente a eurodeputada Ana Gomes acusou Paulo Portas de ser suspeito de vários crimes quando não há nenhum processo a decorrer. O processo em causa é o conhecido caso dos submarinos, que foi arquivado em dezembro do ano passado pelo Ministério Público, e os crimes em questão relacionam-se com a suspeita de que Paulo Portas terá recebido subornos pela sua decisão de comprar dois submarinos alemães no decorrer do ano de 2004.

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A eurodeputada, que há muito tempo que acredita e defende veemente esta teoria, encontrou numa antiga escuta a que teve acesso, onde aparece uma suposta ligação entre o caso dos submarinos e o processo Monte Branco, argumentos para requerer, há duas semanas, a reabertura do processo, com o intuito de aprofundar a investigação.

Para mim todo este processo parece ser um completo absurdo, levantando um conjunto de problemas que muito resumidamente passo a enumerar:

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– Ofensas ao bom nome;

– Devassa da vida privada;

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– Utilização de escutas.

Começando pelo que a mim me parece o mais grave, a utilização de escutas, estas representam um enorme risco para a nossa democracia. Deveríamos todos poder falar ao telefone sobre tudo à vontade, sem o medo de que alguém esteja a ouvir e tenha acesso às nossas conversas, mas a realidade recente tem-nos mostrado o contrário e a própria declaração da Ministra da Justiça sobre as escutas, em que afirma falar ao telefone como se fosse para um gravador, o vem assustadoramente confirmar. A possibilidade de existirem escutas potencialmente ilegais e o facto de não serem destruídas e continuarem a ser utilizadas põe em causa o nosso sistema judicial e deveria ser motivo suficiente para uma profunda investigação.

No que respeita à devassa da vida privada e às ofensas ao bom nome que todo este triste acontecimento arrasta consigo, no mínimo eram merecedores da instauração de um processo.

Esta campanha eleitoral iniciada por Ana Gomes, que usa a justiça como arma de arremesso político, deveria envergonhar a todos nós, mas vindo da mulher que se faz valer de tudo na arena política, até de carregar ódios pessoais, já não é motivo de surpresa para ninguém.

O que parece é que a eurodeputada Ana Gomes é obcecada pelo ódio pessoal que tem a Paulo Portas e, aproveitando-se do caso dos submarinos, quer a qualquer custo encontrar provas que comprovem o seu envolvimento no crime de corrupção. Mas não pode ser através de mentiras que se tenta derrotar um adversário político, mentiras que a única coisa que fazem é aumentar a má imagem generalizada que a população já tem sobre os políticos. O local de combate político são as urnas, os argumentos a utilizar devem ser de cariz político e a vitória nas eleições deve ser conseguida através de votos, não de invenções.

Esta suspeita que tenho, que a eurodeputada se move apenas por ódios pessoais, pode ser posta em causa. Podem argumentar que apenas defendo o meu partido, que deixo a minha filiação partidária criar este juízo de valor. Mas, para quem quiser assim pensar, remeto-os para as declarações da deputada socialista Isabel Moreira, que, entre muitas outras coisas pouco abonatórias a Ana Gomes, escreve o seguinte sobre a pseudo investigação da eurodeputada ao caso dos voos da CIA:

“Lembro-me bem da primeira reunião com AG. O que queria a amante dos direitos humanos? Limitar a investigação ao período de governação de Barroso e de Portas, usando o processo para os queimar. Naturalmente levou dois berros, porque um Ministro de Estado não defende o PS, representa o Estado e, nesse sentido, a nossa investigação abarcou todos os governos, sem tentativas torpes de queimar pessoas, pelo contrário, abrindo todas as gavetas daquele ministério, a começar pelas do tempo de então, o do PS. A partir daí, AG iniciou um processo de má-fé absoluta, com a ajuda de alguma imprensa, mostrando-se nas tintas para os outros países e tudo fazendo para mostrar o impossível: Portugal tinha ajudado os EUA a fazer aquela monstruosidade. É evidente que o ódio com que viveu aquele processo veio do facto de Luís Amado não ter acedido em usar o Estado para perseguir Barroso e Portas.”

Esta é a forma de fazer política da eurodeputada, exposta por uma camarada de partido. Haja pachorra para aturar Ana Gomes, que ao que parece já nem os próprios colegas de partido têm! Caso para dizer, submarino ao fundo!

Lúcia-Santos

LÚCIA SANTOS

Vice-Presidente da Distrital de Coimbra do CDS-PP

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