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Sócrates Tem de Morrer no Gil Vicente

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 10-01-2017

O Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV) estreia nova coprodução com o Teatro Municipal São Luiz (Lisboa) e o Centro Cultural Vila Flor (Guimarães). Albano Jerónimo, Ana Bustorff, Paulo Pinto, Pedro Lacerda e Maria Leite, os nomes que protagonizam o espetáculo, estarão em residência, esta semana, e em cena durante os dias 12 e 13 de janeiro, às 21:30.

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Sessão fotográfica para cartaz e imagens de divulgação do espectáculo Sócrates Deve Morrer.
Com aproximações ao livro “Fédon” de Platão e ao mesmo tempo distante deste, “Sócrates Tem de Morrer” junta a figura reinventada de Sócrates (Albano Jerónimo), e dos seus fieis amigos, Paulo (Paulo Pinto), Pedro (Pedro Lacerda), Maria (Maria Leite) e Ana (Ana Bustorff). O espetáculo conta os últimos três dias de Sócrates na prisão, na qual permaneceu durante mês, período em que as festas da cidade proibiam qualquer execução capital. Sócrates entretinha-se na prisão, pensando, escrevendo poesia e recebendo a visita de alguns amigos próximos.

A peça “Sócrates Tem de Morrer”  pretende revisitar os diálogos que retratam os ultimos dias do filósofo, desde a sua defesa num tribunal popular de Atenas, em que 280 jurados votaram a favor e 230 contra a sua condenação, que os acusadores Meleto (jovem tragediógrafo) e Anito (orador e político, de família abastada) queriam resolver com a sua morte, até ao seu último dia na sua “cela”, no qual esclareceu os seus amigos filósofos presentes sobre o porquê de não querer fugir, como pretendia Críton, para escapar à morte.

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Acusado de não acreditar nos deuses e corromper a juventude com os seus discursos radicais (ironizados frequentemente por sofistas ou pelo próprio Aristófanes), Sócrates foi julgado, preso e morto. Depois do seu julgamento em que o tribunal popular votou a condenação, o filósofo não fez nenhuma contraproposta monetária avultada ou simbólico-moral (assumir a culpa e exilar-se).

Ainda, de forma irónica, contrapropôs, à pena de morte, ser “alimentado no pritaneu”. Pela sua vida, ofereceu então uma quantia miserável, uma mina de prata, por ser pobre (o que comprovaria a sua vida idónea), com outras vinte e nove pagas por Platão, Critobulo, Críton (amigo de infância) e o jovem Apolodoro, fervoroso seguidor. Tal quantia não convenceu o pequeno núcleo de juízes que tinha por tarefa encontrar um meio termo entre a “morte” e as insuficientes “trinta minas de prata”.

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Assim, em 399 a.C, Sócrates foi condenado à pena de morte, executado várias semanas depois, lapso de tempo que daria origem ao último diálogo de Sócrates com os seus amigos.

“Sócrates Tem de Morrer” é a mais recente criação de Mickaël de Oliveira/Colectivo 84 com interpretação de Albano Jerónimo, Ana Bustorff, Maria Leite, Paulo Pinto e Pedro Lacerda, com música e interpretação de Diogo Ribeiro. A estreia absoluta é nos dias 12 e 13 de janeiro, às 21h30. O bilhete tem o preço de 7 e 5 euros ( com desconto).

O TAGV antecipa a estreia do espetáculo com mais uma sessão do Clube de Leitura Teatral para onde convida o encenador e atores de “Sócrtaes Tem de Morrer”. O Clube de Leitura Teatral é uma iniciativa singular na sa paisagem teatral que junta desde há um ano o TAGV e A Escola da Noite.

A sessão de janeiro (terça-feira, 10 de janeiro, às 18h30) integra os atores e o texto de Mickaël Oliveira, ponto de chegada na tetralogia que o autor dedica às possibilidades do político hoje. Leitores e espetadores deste Clube terão assim ocasião de ler e ouvir com Albano Jerónimo, Ana Bustorff, Paulo Pinto, Pedro Lacerda e Maria Leite, os nomes que protagonizam o espetáculo que estará em residência e em cena durante dois dias.

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