Coimbra

Sobrinho Simões afirma que é terrível que o Governo esteja a limitar a mobilidade social

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 08-11-2013

O investigador Sobrinho Simões afirmou quinta-feira à noite, em Coimbra, que o desinvestimento na educação e ciência está a limitar “o único instrumento de mobilidade social que cria um futuro”.

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Manuel Sobrinho Simões considerou que a alavanca social que a educação e a ciência podem ter está em risco, defendendo que “os portugueses têm de estar preocupados com o desinvestimento progressivo” nestas duas áreas.

A saúde ainda não é a “maior preocupação” para Sobrinho Simões, que constatou que nesta área, caso houvesse cortes significativos, haveria “uma maior resposta por parte da população”, disse, à margem da sua conferência no ciclo “Quintas na Quinta”, no Hotel Quinta das Lágrimas.

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Na educação e na ciência, segundo o investigador, os cortes podem ser menos percetíveis, considerando que “o Governo sabe disso e é indecente que tal aconteça”.

Sobrinho Simões referiu ainda que se podem fazer alguns cortes, constatando que “há instituições a mais”.

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Contudo, para o investigador, o corte feito “é muito cego”, não havendo “uma avaliação das instituições para se ver aquilo que deveria ser reforçado e o que deveria ser desativado”.

O também diretor do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular do Porto (IPATIMUP) afirmou que as instituições científicas, face aos cortes nos seus orçamentos, tiveram “de encontrar outras formas de financiamento”, porém “não se pode levar ao extremo de se transformarem num laboratório de prestação de serviços”.

Sobrinho Simões, pegando no tema da sua conferência – “O que somos? Uma viagem dos genes ao ambiente” -, afirmou que o que muda “o homem é a cultura e a educação”, rejeitando a correção do genoma para se melhorar o ser humano.

O investigador, defendendo a mudança de comportamentos, apontou para “as sociedades periféricas como Portugal”, onde a cultura e hábitos da população fizeram com que os portugueses usassem “muito a solução individual”.

A situação “gravíssima” do individualismo é acentuada pela crise económica, em que “as pessoas, aflitas, tornam-se mais egoístas em relação aos outros”.

“O mundo faz o homem e o homem modifica o seu genoma. Para melhorar o genoma, tem que se pensar nesta interação”, concluiu Sobrinho Simões.

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