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Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 11-12-2013

O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Alfredo Maia, defendeu hoje, em Coimbra, que a revisão dos contratos de concessão são “uma ofensiva ideológica” contra os media de serviço público.

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Os novos contratos de concessão dos operadores de serviço público, que deverão ser assinados até ao final do ano, estão dentro do “ataque aos serviços públicos em geral, para os desmantelar e entregar à iniciativa privada”, referiu Alfredo Maia, durante o colóquio ‘Os desafios dos media de serviço público’, que decorre entre terça-feira e hoje, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.

Sobre a possibilidade da criação de um canal da sociedade civil, avançada pelo ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, Alfredo Maia salientou a possibilidade de tal canal significar “um gueto da sociedade civil, contribuindo para que a sociedade deixe de fazer parte de forma transversal dos conteúdos e programas que a RTP deve assegurar”.

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O sindicalista afirmou-se também contra “a fusão das redações da RDP e da RTP”, considerando que essa mesma fusão poderá levar “a perdas do pluralismo informativo”.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas lançou o desafio da criação de “um observatório do pluralismo dos media”, considerando “urgente avaliar o pluralismo”, num momento em que a diversidade informativa é “uma ilusão”.

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“A pressão da crise que abate os media leva a um recuo na capacidade de responder as necessidades dos cidadãos”, criticou Alfredo Maia.

Sobre essa mesma capacidade de resposta, José Nuno Martins, primeiro provedor do ouvinte da RDP, também presente no colóquio, criticou a ajuda dos diretores que “povoaram a rádio pública” no esfumar um novo caminho para a rádio, que deveria assentar, segundo o antigo provedor, na inovação, rigor e independência.

“A situação é desoladora”, disse José Nuno Martins, observando que o ‘share’ [audiência] das quatro estações de rádio do grupo RTP é de 9,5%, enquanto que na Europa “as rádios públicas atingem audiências de 20% e 30%”.

Tal deve-se também à “pobreza de meios a que a rádio [pública portuguesa] está reduzida”.

“Apenas peço à rádio que seja competente e eficaz na sua missão de estabelecer pontes de entendimento com os cidadãos. As pontes não existem”, referiu o antigo provedor, durante o painel ‘O Serviço Público visto de dentro’, que terminou já perto das 14:00.

A RTP “tem problemas estruturais de recursos humanos”, frisou Manuel Coelho da Silva, presidente do Conselho de Opinião da RTP, constatando que “a capacidade de formação se tem perdido nos últimos tempos”, levando a que haja “trabalhadores desajustados às tarefas que desempenham” e “pouco adaptados às novas tecnologias”.

O presidente do Conselho de Opinião referiu também, no mesmo painel do colóquio, que a RTP Madeira “está na Pré-História”, havendo falta de qualidade e problemas tecnológicos, e que a RDP Açores também “precisa de ser modernizada e a televisão mantém-se mal instalada”.

O painel do colóquio contou ainda com a presença de Afonso Camões, presidente do conselho de Administração da Lusa – Agência de Notícias de Portugal, que voltou a frisar a necessidade da agência noticiosa apostar no mercado da Língua portuguesa, relembrando a plataforma que será criada entre as agências de língua portuguesa.

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