Coimbra

Presidente do Politécnico de Coimbra diz ser preocupante “banalização da prepotência”

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 23-10-2013

O presidente do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), Rui Antunes, afirmou hoje que “a banalização da prepotência e da desconsideração institucional é preocupante” e que terá “consequências na nossa cultura cívica”.

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Para o responsável pela instituição, que falava, na tarde de hoje, na Escola Superior Agrária de Coimbra (um dos estabelecimentos que integra o IPC), na Abertura Solene das Aulas do Ano Letivo 2013/2014 no Politécnico de Coimbra, “tão grave quanto os cortes no orçamento é o modo como são feitos”.

Os cortes orçamentais, designadamente no ensino superior, são feitos “numa atitude de manifesto desprezo pelas instituições”, sustentou Rui Antunes, referindo que o IPC ficou a saber que foram de novo cortadas as suas dotações orçamentais porque os seus responsáveis consultaram o “portal da Direção-Geral do Orçamento” e verificaram que lhe “tinham tirado mais uns milhões” de euros.

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“Ninguém, nem mesmo um simples funcionário, teve tempo ou a consideração de nos enviar um simples ‘e-mail’”, lamentou o presidente do IPC, sustentando que “a banalização da prepotência e da desconsideração institucional é preocupante e terá certamente consequências na nossa cultura cívica”.

Mas, “ainda mais esmagador, é assistir ao persistente alastrar do desânimo entre docentes, trabalhadores não docentes e estudantes cada vez mais convencidos de que não há nada que se possa fazer para alterar o triste destino para onde nos empurram”, salientou Rui Antunes.

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“Preocupa-nos que este ano cerca de 60% dos estudantes que concluíram o ensino secundário nem sequer se candidataram à frequência de um curso superior”, sublinhou o presidente do IPC, defendendo que “para a esmagadora maioria destes jovens já não é o futuro que os guia”.

O presente sobrepôs-se aos sonhos daqueles jovens, afirmou Rui Antunes, advertindo que “eles e também o país pagarão um preço muito elevado” se a situação não for revertida.

“Os nossos líderes políticos aparentam ter desistido de nos fazer acreditar e parecem, pelo contrário, firmemente apostados em esmagar toda e qualquer manifestação de esperança”, sustentou.

Detendo-se especificamente na situação da instituição a que preside, Rui Antunes destacou que “a possibilidade de manter o equilíbrio das contas do IPC, através da redução da despesa” atingiu o limite – “tudo o que podia ser cortado sem fechar a instituições já foi feito”, assegurou.

Na lição de abertura do ano letivo – subordinada ao título “De que se fala quando se fala de futuro: Portugal, o saber académico, o valor humanista do presente e as ilusões sobre o futuro” – proferida por José Pacheco Pereira, o historiador e antigo deputado do PSD manifestou-se contra a “opressão do presente pelo futuro”, sustentando que “o futuro é muitas vezes um mau argumento para atacar o presente”.

“É no presente que se pensa sempre em democracia”, afirmou Pacheco Pereira, alertando que, frequentemente, se faz “a projeção do futuro para legitimar cortes no presente” e que “os interesses é que impedem as alternativas”.

Na sessão também foram entregues as Bolsas de Mérito aos melhores estudantes do Instituto os prémios do Concurso Regional Poliempreende.

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