Politécnico

Incubada na Agrária anda a clonar medronhos

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 08-12-2013

A Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) está a desenvolver dois projetos de investigação sobre medronheiros, um dos quais com duas ex-alunas que criaram uma empresa para produzir as plantas através de clonagem.

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“Existe uma procura grande de plantas melhoradas. Havia necessidade de dar resposta e nós, como escola, não tínhamos essa capacidade”, afirma à agência Lusa Filomena Gomes, docente e investigadora da ESAC.

Durante o estágio curricular com a professora Filomena Gomes, Patrícia Figueiredo e a sua colega Rita decidiram criar a empresa Green Clone, tendo apresentado para o efeito uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), para jovens agricultores.

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A direção da ESAC concordou que a empresa das antigas alunas ficasse em incubação na escola, onde produzem milhares de medronheiros pelo método de clonagem de espécies silvestres, selecionadas com a colaboração de agricultores, tendo em conta a qualidade e a quantidade dos frutos produzidos.

Segundo Filomena Gomes, “a escola tem vários grupos a trabalhar em cada uma das áreas”: produção das árvores minúsculas em laboratório, plantação, adubagem, poda, eventual rega, colheita dos frutos, embalamento e comercialização para consumo em fresco, transformação em aguardente e doces sem adição de açúcar, entre outras.

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A edição de um “manual de boas práticas” para o fabrico de aguardente, em colaboração a Universidade do Algarve, é outro dos objetivos dos projetos em curso na ESAC.

“A grande utilização do medronho penso que será sempre a aguardente, mas tem outras utilizações, se produzirmos frutos maiores”, preconiza a docente Cristina Franco.

Esta especialista em fruticultura salienta que o medronho “pode ser consumido paralelamente com o morango”, com a vantagem de ser colhido no inverno, quando aquele é vendido “a preços proibitivos”.

“O nosso primeiro cliente quis 10 mil medronheiros”, revela à Lusa Patrícia Figueiredo, da Green Clone.

A empresa tem recebido encomendas de todo o país, com destaque para o Centro, tendo alguns compradores “projeto aprovado para a produção do fruto em fresco”, adianta a jovem empresária.

“Devidamente conhecido, o medronho pode também ser uma solução para os nossos territórios de baixa densidade demográfica”, corrobora o biólogo Carlos Fonseca, que está a preparar várias parcelas, no concelho de Penacova, para plantar medronheiros.

Este docente da Universidade de Aveiro participa em estudos sobre a cultura desta espécie arbustiva e o aproveitamento dos frutos, no âmbito de quatro projetos envolvendo também investigadores da ESAC e da Universidade de Coimbra.

Nos 10 hectares de terreno que possui na zona de São Pedro de Alva, vai desenvolver o seu empreendimento “em duas vertentes: uma mais compatível com a biodiversidade local, fazendo uma intervenção mínima, e outra com máquinas”, tendo em vista a plantação de pomares de medronhos.

“É importante demonstrar às populações que é possível ter rendimento das terras, a partir de espécies da nossa flora, e não termos de recorrer todos a espécies exóticas como o eucalipto”, defende o biólogo.

 

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