Educação

Ex-ministro David Justino defende pós-graduação para diretores escolares

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 03-05-2014

 O ex-ministro da Educação David Justino defendeu hoje a realização de pós-graduações em gestão pelos diretores de agrupamentos de escolas, mas também que a remuneração que auferem seja aumentada e ajustada à responsabilidade que detêm.

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Em declarações aos jornalistas, em Coimbra, à margem da II Convenção Nacional da Federação Nacional de Educação (FNE) e Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), David Justino frisou que os diretores “têm, hoje, nas suas mãos uma responsabilidade enorme” e que os bagrupamentos de escolas “são o maior empregador que existe em muitos concelhos e a função é de uma complexidade cada vez maior”.

“Entendo, tal como os gestores privados também fazem os seus MBA [Master Business Administration, uma pós-graduação em Gestão], os diretores de escola também poderiam, e desejam, poder aceder a uma espécie de um MEA [Master Education Administration], ou seja uma gestão profissionalizada da Educação”, defendeu.

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O antigo governante, que preside ao Conselho Nacional de Educação, argumentou ainda que a formação do diretores escolares deverá ser pós-graduada “porque as pessoas já são professores, já têm experiência”.

“Têm é que depois, de vez em quando, encontrar soluções para poderem valorizar o seu trabalho e avançar um pouco no nível da competência de gestão”, referiu.

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David Justino defendeu que a pós-graduação seja ministrada pelas “grandes escolas de formação de gestores, quer públicos, quer privados”.

Porém, “não se pode querer que a gestão de um serviço público com tanta gente e com tanta responsabilidade, às vezes seja pago como se fosse um mero chefe de divisão”, enfatizou.

Intervindo na sessão, relacionada com o tema da autonomia das escolas, David Justino abordou questões relacionadas com a organização pedagógica ou os currículos escolares, entre outras, embora avisando que não defende a “autonomia completa” dos estabelecimentos de ensino.

“O ministério [da Educação] aí implodia, não estava lá a fazer nada”, sublinhou.

Por outro lado, o antigo ministro afirmou que uma parte do problema não está numa eventual “pouca vontade” da tutela em descentralizar competências, antes na “pouca vontade” dos destinatários em recebê-las.

“É muito mais cómodo cumprir ordens do que assumir responsabilidades”, notou.

David Justino vê “vantagens” na hipótese do Ministério da Educação poder vir a “dispensar” algumas das suas competências, desde logo em questões curriculares e escolha dos autores ensinados pelas escolas.

“Conferir às escolas o poder de adaptar o conteúdo e organização curricular ao que são as necessidades locais”, frisou.

Já no capítulo da organização escolar, e embora não pondo de parte a realização de um concurso nacional de colocação de professores, defendeu a existência de um sistema misto.

“Se um professor quiser continuar numa escola e houver interesse mútuo em que continue, não percebo porque é que essa vaga tem de ir a concurso. Têm de se encontrar mecanismos para garantir alguma estabilidade do corpo docente”, disse David Justino.

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