Escolas

Duas mil pessoas pedem revisão de apoio a necessidades educativas especiais

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 01-11-2013

Duas mil pessoas da Lousã e concelhos limítrofes já assinaram um apelo ao Ministério da Educação para que reveja os critérios de apoio aos alunos com necessidades educativas especiais (NEE).

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Uma das promotoras do abaixo-assinado, Cristina Larguesa, disse hoje à agência Lusa que “a redução do número de terapeutas especializados” está a afetar 183 crianças naquela situação nos agrupamentos de escolas da Lousã, Góis, Miranda do Corvo e Pampilhosa da Serra.

“O corte orçamental determinado pelo Ministério da Educação atinge 50 por cento, na comparação com o orçamento do ano letivo anterior”, segundo o documento.

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A situação dos alunos com NEE e das famílias “neste núcleo de agrupamentos escolares é angustiante”, referem as associações de pais e encarregados de educação, que puseram o apelo a circular esta semana.

As crianças “estão a ser seriamente prejudicadas pela redução do número de terapeutas especializados – psicólogos, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas – contratados no ano letivo” em curso.

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“A questão fica agravada neste ano letivo, porque, nestes quatro agrupamentos, nos vários níveis de ensino, há mais 23 alunos com NEE do que no ano passado. Ou seja, proporcionalmente, a redução na atribuição de financiamento é de 60 por cento”, acrescentam.

As famílias “estão a ficar com os filhos em casa, mesmo no período escolar”, e “a inexistência de professores de educação especial em número suficiente conduziu à ausência” ou revisão de planos educativos individuais, alertam os pais.

“A redução destes docentes impede a necessária articulação com os docentes das respetivas turmas”, referem.

Através do Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) da Associação para a Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL), “no ano passado foram garantidos, a tempo inteiro, para as escolas dos quatro concelhos, dois psicólogos, dois terapeutas da fala (mais um a tempo parcial), um terapeuta ocupacional (mais um a tempo parcial) e um fisioterapeuta”.

Mas, este ano, “os cortes na atribuição do financiamento por parte do Estado só permitem a contratação de um técnico por especialidade, o que deixa dezenas de crianças sem qualquer apoio na escola”, segundo o abaixo-assinado, a que a Lusa teve hoje acesso.

“A drástica redução dos técnicos do CRI da ARCIL impossibilita, numa grande parte dos alunos acompanhados nos quatro agrupamentos de escolas, o desenvolvimento das suas competências globais e a verdadeira inclusão escolar e social”, afirmam ainda os promotores.

Cristina Larguesa disse à Lusa que, tendo em conta que “as pessoas estão muito sensibilizadas” para este problema, o prazo para apoiar a petição foi alargado uma semana, até sexta-feira, sendo depois enviada ao Ministério da Educação.

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