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Contaminação das superfícies é uma das principais causas das infeções hospitalares

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 25-09-2014

Dados recentes indicam que doentes internados em quartos anteriormente ocupados por pessoas infetadas com certos microrganismos têm maior risco de contrair uma infeção hospitalar.

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A contaminação das superfícies é uma das principais causas deste tipo de doenças em Portugal, sendo urgente melhorar a desinfeção ambiental, a par da higienização das mãos, uso de vestuário de proteção e isolamento de doentes em risco. Este é um dos temas em debate do Congresso Internacional “Prevenir e Combater as Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde”, que decorre hoje e amanhã, no Centro de Congressos dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Apesar de um terço das infeções associadas aos cuidados de saúde serem evitáveis, a taxa deste tipo de doenças em Portugal (10,6%) equivale ao dobro da média europeia (5,7%), atingindo um em cada dez doentes. É crucial passar-se de medidas corretivas para medidas preventivas que eliminem eficazmente microrganismos que perduram durante meses nas superfícies dos hospitais e alargam o ciclo de contaminação. É de extrema importância que a Direção Geral de Saúde continue a promover ações de formação para médicos e enfermeiros, que abordem as tecnologias de descontaminação de espaços problemáticos.

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De acordo com o Prof. Doutor Jon Otter, do Centre for Clinical Inf. Diagnosis Research (CIDR) “Os métodos de desinfeção convencionais são limitados, incluindo aqueles em que se usam marcadores fluorescentes e outras estratégias menos usuais para reforçar as práticas de limpeza. As pesquisas demonstram que os processos dependentes dos técnicos auxiliares não são eficazes na remoção dos agentes patogénicos mais problemáticos. Os sistemas autónomos de desinfeção de quartos “No-Touch” removem ou reduzem significativamente a dependência dos auxiliares e têm por isso o potencial de melhorar a eficácia da higienização final. Para além destas opções, surgiram recentemente no mercado métodos de biodescontaminação que atenuam o elevado risco de infeção deixado pelo ocupante de um quarto anterior, nomeadamente o vapor de peróxido de hidrogénio (H2O2), peróxido de hidrogénio em aerossol (AHP) e radiação ultravioleta (UV).”

Perante a eficácia obtida através dos sistemas de descontaminação acima referidos, é importante garantir que estas práticas se estendam ao maior número de unidades de Saúde possível, de forma a diminuir a taxa de infeções hospitalares e evitar as mortes e complicações associadas a estas doenças, em Portugal.

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O congresso reúne mais de 400 especialistas nacionais e internacionais na área e é organizado pela Associação Portuguesa de Infeção Hospitalar, instituição que integra a EUNETPIS – European Network to Promote Infection Prevention for Patient Safety.

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