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Centro de Estudos Sociais em “guerra” com diário As Beiras

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 28-01-2015

A direcção do Centro de Estudos Sociais emitiu um comunicado onde afirma que  “o Diário As Beiras publicou na edição de 28.1.2015 um artigo assinado por Paulo Marques intitulado “Estudo do CES acusado de legitimar o terrorismo”, que dá “voz a um texto de opinião de Mithá Ribeiro (MR) no Observador que acusa um livro organizado por três investigadores do CES (José Manuel Pureza, Katia Cardoso e Sílvia Roque), que tem como autores oito investigadores de quatro instituições diferentes, de ser um repositório de “teses científicas de orgia da violência”.

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O CES entende que esse “texto e essa acusação delirante inscreve-se numa série de agressões recentes dirigidas contra o CES e o trabalho nele desenvolvido, cujo propósito último é achincalhar os seus investigadores e negar espaço a uma ciência social crítica, empenhada em contribuir para um conhecimento rigoroso que questione a indolência dos dogmas e dos estereótipos”.

“O texto de MR evidencia uma enorme aversão à reflexão e à honestidade. Começa desde logo por ignorar toda a literatura internacional consagrada acerca de conceitos matriciais dos estudos sobre a paz e a violência (como ‘paz liberal’ ou ‘violência estrutural’) que considera inutilizáveis e ideológicos e apresenta como invenção dos investigadores do CES. Essa ignorância do corpus teórico fundamental e um viés ideológico indisfarçável levam a que MR veja num livro, cujo objetivo é compreender os mecanismos de produção e reprodução da violência nas suas diferentes vertentes, uma afirmação de que “a violência social e política é legítima, útil e desejável” (palavras de MR)”, acusam.

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O CES considera que “Por ignorância ou má-fé MR não entendeu que o objetivo do livro é precisamente o oposto: compreender a irrupção da violência para identificar os meios e processos que melhor a podem prevenir. Para MR a violência é um caso de polícia. A única resposta é a punição e mais violência. Para os autores deste livro – que reuniu 8 investigadores de 4 instituições diferentes – essa abordagem simplista tem comprovadamente conduzido á espiral da violência e, por isso não pode ser defendida por nenhum cientista social honesto. Pelo contrário, identificar as condições sociais, económicas, politicas, históricas em que a violência nas suas mais diversas formas se manifesta é o primeiro passo para lhe pôr cobro.”

“Esse é o trabalho científico a que o CES se dedica com a máxima exigência. É esse trabalho que tem dado ao CES o reconhecimento internacional de que merecidamente goza”, conclui o CES.

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DIÁRIO AS BEIRAS

 

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