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Bastonário dos Médicos diz que racionamento origina “uma saúde para ricos e outra para pobres” – Bastonário dos médicos

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 13-01-2014

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, recusou hoje o racionamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o qual, na sua opinião, promove “uma saúde para ricos e outra para pobres”.

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“Para mim, o racionamento em saúde é completamente antiético, a não ser que não haja alternativa nenhuma”, disse José Manuel Silva, em Coimbra.

O bastonário da Ordem dos Médicos intervinha numa conferência subordinada ao tema “Ética da sustentabilidade do sistema de saúde – Ética na prestação de cuidados de saúde, ética no circuito do medicamento”.

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Alegando que “há sempre alternativas”, José Manuel Silva afirmou que “o racionamento só afeta os mais desfavorecidos” da sociedade portuguesa.

Para o bastonário, o racionamento de medicamentos, materiais diversos usados na saúde e meios complementares de diagnóstico traduz “uma atitude que discrimina” os utentes do SNS.

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“Estamos a aceitar uma saúde a duas velocidades: uma saúde para ricos e uma saúde para pobres”, criticou.

O dever dos médicos, acrescentou, é tentarem “esbater as diferenças” das pessoas no acesso à saúde, para “todos terem direito a um nível de dignidade”, o que implica evitar qualquer discriminação nos cuidados de saúde.

“A saúde a duas velocidades não é ética”, incluindo na assistência aos cidadãos em situações de emergência, disse o bastonário, dando como exemplo a recente morte de quatro pessoas, num acidente rodoviário na zona de Évora, tendo faltado uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER) disponível para realizar a assistência às vítimas no local.

Caso o acidente tivesse ocorrido na zona de Coimbra, os sinistrados “teriam duas” dessas viaturas, sublinhou José Manuel Silva.

“Há uma discriminação geográfica que também não é ética”, adiantou.

O bastonário disse que “há médicos que não se revêm no Código Deontológico”, mas todos “têm de o cumprir”, uma vez que o diploma “foi aprovado pela maioria” dos membros da classe.

Na iniciativa, intervieram ainda Ema Paulino, representante da Ordem dos Farmacêuticos, Paulo Clímaco Lilaia, da Associação Portuguesa de Genéricos, e Filomena Girão, advogada.

Moderado por Fernanda Freitas, o debate decorreu no auditório do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC) e foi organizado pela Livraria Almedina, FAF-Advogados, ISCAC, Diário As Beiras e Diário de Bordo.

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