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A senhora professora sentencia que a culpa é do jornalistas!

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 28-05-2014

Isabel Ferin Cunha, coordenadora do projeto de investigação “Corrupção Política nos Media” na Universidade de Coimbra, alertou hoje que as cumplicidades de jornalistas com o sistema político e a falta de condições limitam o trabalho de investigação.

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No atual panorama, “as condições são muito adversas ao jornalismo investigativo”, em que, para além da “precariedade e da pressão de rotinas”, “exige-se rapidez e um jornalismo multifacetado”, salientou Isabel Ferin.

Contudo, “outros jornalistas, que estão em posições privilegiadas e que poderiam fazer jornalismo de investigação, mantêm alguma cumplicidade com o sistema político e têm dificuldade em manter um certo distanciamento” em relação ao mesmo, sublinhou.

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O papel do jornalista enquanto cão de guarda da sociedade “está completamente limitado”, criticou a investigadora, que irá estar na abertura do seminário “Os media e a cobertura jornalística da corrupção política”, que se realiza na sexta-feira, na Casa da Escrita, em Coimbra.

Comparando com o Brasil, Isabel Ferin considera que, apesar de as restrições “que se observam em todos os media no mundo inteiro”, “o jornalismo local brasileiro é muito diversificado e dinâmico” e há uma “grande apetência para temas como corrupção política e uma capacidade de investigação que não existe aqui”.

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Essa inexistência observada em Portugal nota-se também “na cobertura jornalística de casos de corrupção”, em que “há uma fase de explosão”, estando as agendas “centradas na denúncia e não na compreensão e acompanhamento do processo”.

A investigadora e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra coordena um projeto de investigação em torno da cobertura jornalística da corrupção política a partir de uma perspetiva comparada entre Portugal, Brasil e Moçambique.

Segundo Isabel Ferin, a cobertura no Brasil “é muito regionalizada”, sendo que nesse âmbito a imprensa está “muito vocacionada para denunciar os temas de corrupção e cobri-los de forma personalizada”.

Em Moçambique, o foco da cobertura “é mais localizada no Governo e em alguns temas específicos”, havendo uma maior apetência para o tratamento da corrupção política “em blogues e meios digitais”, enquanto que “na imprensa e na televisão está mais ausente”, disse.

As diferenças entre países são também influenciadas pelos “contextos políticos, económicos e sociais de cada um”, mas também pelos “enquadramentos legais da corrupção”, explanou.

A conferência de sexta-feira terá a participação de investigadores do Brasil, Portugal e Moçambique e de António Marinho Pinto, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, que participa numa sessão sobre o enquadramento jurídico e ético da corrupção política em Portugal.

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